quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O diabo anda por aí ...

O diabo anda por aí ...
... procurando uma brecha para te derrubar

Jó 1.7 nos leva a 1 Pedro 5.8 e 1 Pedro 5.8 nos leva a Jó 1.7. Na primeira passagem, Deus pergunta ao diabo: “De onde você vem vindo?” E o anjo caído responde: “Estive dando uma volta pela terra, passeando por aqui e por ali.” Na segunda, Pedro exorta: “Estejam alertas e fiquem vigiando porque o inimigo de vocês, o diabo, anda por aí como um leão que ruge, procurando alguém para devorar.”

Enquanto a NTLH diz que o diabo “anda por aí”, outras versões preferem dizer que o anjo caído “ronda em volta” (NBV) ou “gira continuamente” (J. B. Phillips). Em outras palavras, o diabo existe, o diabo está solto, o diabo é inimigo (o mesmo que aparece na parábola do joio), o diabo não para, o diabo quer fazer vítimas. A denúncia de Simão Pedro é ex cathedra, isto é, ele fala com autoridade, pois foi uma das pessoas que o diabo procurou e conseguiu abocanhar, na casa do sumo sacerdote Caifás, na Sexta-Feira da Paixão, pela manhã (Mt 26.69 - 75).

“As andanças do diabo “por aí” ou “por aqui e por ali” podem ser vistas nas palavras de Jesus”

As voltas do diabo pela terra têm o propósito de descobrir brechas e fendas no caráter dos cristãos pelas quais possa entrar. O diabo é um catador de rachaduras nas paredes e de goteiras nos telhados. A figura da brecha é usada pelos profetas: “Vocês rejeitam a minha mensagem e põem a sua confiança e a sua fé na violência e na mentira [e] esse pecado será como uma brecha que vai se abrindo num muro alto: de repente, o muro desmorona” (Is 30.13.) O amor ao dinheiro foi a grande brecha no caráter de Judas.

O evangelho segundo João registra: “Assim que Judas recebeu o pão [a senha pela qual o traidor seria revelado], satanás entrou nele” (Jo 13.27.) Não houve mais jeito. Hora depois, Judas “foi e se enforcou” (Mt 27.5.) É preciso tomar cuidado com as rachaduras da vida. Talvez a mais comum e a mais perigosa de todas seja a busca de nome, de poder, de posições cada vez mais altas e de glória. Essa sede é inata. O seu “quase ápice” é quando alguém se passa por Deus. E o ápice é quando alguém se julga mais do que Deus.

As andanças do diabo “por aí” ou “por aqui e por ali” podem ser vistas nas palavras de Jesus. O Senhor se refere a um espírito imundo que sai de um homem, vai para um lugar deserto em busca de repouso e, algum tempo depois, volta ao lugar anterior (Mt 12.43-45). Já que a realidade, por enquanto, é esta, Pedro ordena: “Tenham autocontrole e fiquem alertas” (na tradução de Simon Kistemaker). É necessário enfrentar o diabo. Tiago aconselha a mesma providência e garante: “Enfrentem o diabo e ele fugirá de vocês.” (Tg 4.7.) É essa vitória específica que nós cantamos no “Castelo forte”, de Lutero: Se nos quiserem devorar demônios não contados, não nos iriam derrotar. Nem ver-nos assustados. O príncipe do mal, com seu plano infernal, já condenado está! Vencido cairá por uma só palavra!

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